A história do Porto de Vitória remonta à expansão da cultura cafeeira na Província do Espírito Santo, na última parte do século 19.
A partir de 1870, com a exportação de café em alta, a saturação operacional do Porto de Itapemirim provocou a transferência de embarques ao chamado Cais do Imperador. Já no século 20, foram iniciadas as obras para a implantação de instalações portuárias no novo local, culminando com a inauguração do Porto de Vitória, em 3 de novembro de 1940.
A partir de 1957, o complexo portuário passou a ter nas exportações de minério de ferro sua principal atividade, acarretando um gradual desuso dos seus armazéns. Surge, assim, a possibilidade de restauração e adaptação desses espaços para finalidades culturais e educacionais, atendendo não só à demanda social por novos equipamentos de lazer na cidade, mas também ao processo de recuperação do centro antigo da capital capixaba.
O conjunto de armazéns do Porto de Vitória possui localização privilegiada e está atualmente em processo de tombamento no âmbito estadual. Sua requalificação representa um avanço significativo para o desenvolvimento social e econômico da cidade, semelhante a outros projetos de revitalização existentes.
O projeto cultural
Projeção do Armazém n.º 4 do Porto de Vitória | Crédito: DG Projetos
O projeto de Restauração e Adaptação do Armazém n.° 4 do Porto de Vitória é coordenado pelo Instituto Pedra, viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e patrocinado pelo Instituto Cultural Vale.
A edificação abrigará a nova sede do Museu Vale, ocupando uma área total de 3,9 mil metros quadrados, e passará por uma reestruturação arquitetônica e paisagística. No terraço do prédio está prevista a instalação de um restaurante com vista panorâmica da Baía de Vitória.
Para tanto, serão realizados os projetos executivos e projetos complementares de arquitetura, além da gestão das obras civis de restauração e adaptação.
Também está prevista a criação de um Programa de Formação e Educação Patrimonial, que consiste na realização de visitas monitoradas abertas e gratuitas para estudantes, professores da rede pública e outros interessados. Os encontros proporcionarão a discussão de temas como a história da cidade e do Porto de Vitória, o projeto arquitetônico, as obras de restauração e os futuros usos do Armazém n.º 4.